Nasceu em Lagos da Beira,
concelho de Oliveira do Hospital, em 1816 e na sua árvore
genealógica até ao século XVI, todos os seus ascendentes são
desta zona do País. Contraiu matrimónio com Teresa Carolina Alves
de Carvalho de quem teve três filhos, sendo um deles António
Augusto Carvalho Monteiro. Faleceu em Novembro de 1890 na sua Quinta
do Vadre, em São Domingos de Benfica, Lisboa.
Francisco
Monteiro emigrou ainda jovem para o Brasil onde trabalhou como
escriturário, tendo conseguido enorme fortuna, graças ao matrimónio
com Teresa Carolina Alves de Carvalho, uma senhora de muitas posses,
passando a partir daí a ser apelidado “Monteiro dos Milhões”,
alcunha que o filho herdaria.
De
regresso a Portugal, mais propriamente a Lagos da Beira, o seu nome
ficaria ligado à ampliação e renovação da sua igreja paroquial.
Para
esse efeito, ofereceu à Junta da Paróquia a quantia de um conto e
duzentos mil reis (quantia exorbitante para a época) com o fim de
restaurar o templo, sobretudo a sua fachada e edificar-se uma torre.
Tão valiosa oferta ficou registada em ata da Junta referente à
sessão extraordinária de 7 de Dezembro de 1856. Antes desses
aumentos a igreja possuía uma dimensão modestíssima, pouco maior
que uma capela. Segundo o testemunho dos populares, a razão de
levantar-se a torre prendia-se ao motivo de que tanto Francisco
Augusto Mendes Monteiro como o seu filho António Augusto Carvalho
Monteiro, pretendiam ver os sinos tocar na igreja desde a sua casa.
O
poder financeiro dos membros desta família era tanto e tamanho que o
povo apelidou-os de “Fidalgos”, não só pela sua proximidade à
Igreja e à Coroa mas como indicativo de “distintos”, dizendo-se
até hoje que tudo o que tenha muros de pedra em Lagos da Beira era
propriedade sua.
Francisco
Mendes Monteiro foi comendador da Ordem da Nossa Senhora da Conceição
de Vila Viçosa, e muito provavelmente mordomo da Irmandade de São
Miguel das Almas, que teve larga atividade e importância em Lagos da
Beira. Foi também grande amigo de D. Fernando II e quase de certeza
mecenas de muitas obras de recuperação do património português,
em boa hora encetadas pelo “Rei-Artista”.
A
título de curiosidade, podemos informar que tanto Francisco Augusto
Mendes Monteiro como o filho António Augusto Carvalho Monteiro,
assim como D. Fernando II, fizeram parte da primeira direção do
Jardim Zoológico de Lisboa.