domingo, 5 de abril de 2020

FRANCISCO AUGUSTO MENDES MONTEIRO

Nasceu em Lagos da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, em 1816 e na sua árvore genealógica até ao século XVI, todos os seus ascendentes são desta zona do País. Contraiu matrimónio com Teresa Carolina Alves de Carvalho de quem teve três filhos, sendo um deles António Augusto Carvalho Monteiro. Faleceu em Novembro de 1890 na sua Quinta do Vadre, em São Domingos de Benfica, Lisboa.
Francisco Monteiro emigrou ainda jovem para o Brasil onde trabalhou como escriturário, tendo conseguido enorme fortuna, graças ao matrimónio com Teresa Carolina Alves de Carvalho, uma senhora de muitas posses, passando a partir daí a ser apelidado “Monteiro dos Milhões”, alcunha que o filho herdaria.
De regresso a Portugal, mais propriamente a Lagos da Beira, o seu nome ficaria ligado à ampliação e renovação da sua igreja paroquial.
Para esse efeito, ofereceu à Junta da Paróquia a quantia de um conto e duzentos mil reis (quantia exorbitante para a época) com o fim de restaurar o templo, sobretudo a sua fachada e edificar-se uma torre. Tão valiosa oferta ficou registada em ata da Junta referente à sessão extraordinária de 7 de Dezembro de 1856. Antes desses aumentos a igreja possuía uma dimensão modestíssima, pouco maior que uma capela. Segundo o testemunho dos populares, a razão de levantar-se a torre prendia-se ao motivo de que tanto Francisco Augusto Mendes Monteiro como o seu filho António Augusto Carvalho Monteiro, pretendiam ver os sinos tocar na igreja desde a sua casa.
O poder financeiro dos membros desta família era tanto e tamanho que o povo apelidou-os de “Fidalgos”, não só pela sua proximidade à Igreja e à Coroa mas como indicativo de “distintos”, dizendo-se até hoje que tudo o que tenha muros de pedra em Lagos da Beira era propriedade sua.
Francisco Mendes Monteiro foi comendador da Ordem da Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, e muito provavelmente mordomo da Irmandade de São Miguel das Almas, que teve larga atividade e importância em Lagos da Beira. Foi também grande amigo de D. Fernando II e quase de certeza mecenas de muitas obras de recuperação do património português, em boa hora encetadas pelo “Rei-Artista”.
A título de curiosidade, podemos informar que tanto Francisco Augusto Mendes Monteiro como o filho António Augusto Carvalho Monteiro, assim como D. Fernando II, fizeram parte da primeira direção do Jardim Zoológico de Lisboa.