segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 15

Fins dos anos 70, início dos anos 80. Um grupo informal de jovens animava soberbamente a vida pacata da aldeia. Não tinham nome nem estatutos nem subsídios nem dinheiro, mas tinham espírito de união, amizade e camaradagem. Faziam coisas pelo prazer de fazer. Era o fazer pelo ser e não o fazer pelo ter. As fotos documentam um espectáculo misto de teatro e música, realizado no salão da Junta de Freguesia. O palco era minúsculo e os camarins eram na sacristia da Igreja Matriz. Isto significa que as vedetas tinham que se vestir na sacristia, atravessar o adro da igreja a correr, entrar na Junta pela janela e aparecer no palco com folgo para representar, dançar ou cantar. Muitas histórias tem este grupo para contar. Resta dizer que as fotos foram descaradamente roubadas do Facebook de Isilda Abreu.




sexta-feira, 27 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 14

É provavelmente a foto mais antiga da freguesia. Estamos em 1913 (102 anos). Trabalhadores agrícolas descansam à hora da bucha. Um fabuloso documento a fazer lembrar alguns quadros de José Malhoa.

FOTO: BIBLIOTECA MUSEU TARQUÍNIO HALL

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 13

1, 2, 3, 4… 39, 40. Quarenta rapazes entregues a esta jovem e bonita professora, saída de um filme antigo, tipo Milú no “Leão da Estrela”. As meninas seriam outras tantas, mas tinham outra sala e outra professora. Teríamos então oito dezenas de crianças e duas adultas, tanto para ensinar como para as socorrer em caso de acidente ou simplesmente para lhe assoar o nariz. Hoje temos seis crianças na escola, mais três no jardim-de-infância, dois professores e auxiliares. Resta dizer que muitos destes meninos faziam quilómetros a pé debaixo de chuva e neve para vir à escola. Os tempos são outros e muito melhores. Pena que já não haja oitenta crianças, mesmo que, nos moldes actuais, tivesse que haver dez professores e trinta auxiliares.


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 12

Estamos em fins dos anos 70 ou início dos anos 80. Já há fotografias a cores. Existia então um grupo com o nome “Os Amigos de Lagos da Beira”. Este grupo, entre outras coisas, promovia os convívios anuais entre lagoenses residentes em Lagos e em Lisboa. Era um ano cá e outro em Lisboa. Verdadeiras festas onde se juntavam famílias e se faziam amizades. 
Foi algo que deixou saudades.


terça-feira, 24 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 11

Uma Freguesia que gosta de música. Este bom exemplo vem da Chamusca da Beira. Dava pelo nome “Grupo Típico – Os Alegres” e animaram muita festa com música de raiz popular. Isto no início dos anos 80, salvo erro.
 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 10

Ao contrário de Lagos da Beira, cuja equipa de futebol publicada aqui tinha equipamento múltiplo e variado, a Póvoa das Quartas apresenta uma equipa bem uniformizada, embora sem concertina. Talvez o comércio de carnes e enchidos fosse já na altura mais rentável que as batatas. Identificar esta rapaziada de aspecto saudável é desafio que deixo.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 9


Estamos em 1975 na Escola Primária de Lagos da Beira. A prova da data está no cartaz lá atrás com o programa do Movimento da Forças Armadas (MFA). Pena que esse programa não contemplasse, no mínimo, a expulsão dos fascistas que continuaram e continuam a sugar o povo. Um paradoxo desta foto que não se vê é o cartaz do MFA num armário e as fotos do Carmona e do Salazar por cima do quadro. Já agora quem será o aluno?

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 8

Quer queiramos, quer não, isto é uma equipa de futebol. São onze homens e um responsável de fato e cachimbo. Equipamentos iguais não há para todos e calções só há para sete. Já não é mau. Depois temos um suposto jogador de cigarro e concertina. E depois? Se o Sporting tinha cinco violinos, o “Lagos da Beira” também podia ter uma concertina. O importante é que tinham uma bola, talvez feita por algum sapateiro e a táctica de jogo assentava numa regra fundamental: Quem chutar mais alto, ganha o bacalhau… se houver. A foto será do início dos anos 30 (?)
FOTO: BIBLIOTECA MUSEU TARQUÍNIO HALL - LAGOS DA BEIRA

FIGURAS - BENEMÉRITO JOAQUIM GARCIA DE ALMEIDA

SALÃO DO BAIRRO COM O NOME DO BENEMÉRITO EM AZULEJO
O benemérito Joaquim Garcia de Almeida era um homem simples e de uma bondade cativante. Vivia na companhia de duas irmãs, senhoras de fino trato e esmerada educação. Sendo solteiro, não tinha herdeiros. Assim o povo perguntava porque é que ele era tão poupado, se não tinha ninguém que herdasse a sua considerável fortuna. Acontece que ele tinha um sonho só próprio de grandes homens: investir a sua fortuna numa obra que bafejasse as famílias mais pobres da sua terra e nesse tempo havia muita miséria. Assim, à sua morte, deixou em testamento valor suficiente para a construção de um bairro social. A obra nasceu e o dito bairro, designado por Obra Social Joaquim Garcia de Almeida, foi inaugurado em 1956. As casas foram atribuídas a seis famílias das mais numerosas e de parcos recursos, com rendas simbólicas. As casas têm três quartos, sala, cozinha, casa de banho e loja para arrumações. Divisões amplas e arejadas. Cada casa tem ainda um espaço para jardim. Actualmente há três casas desabitadas, apesar das baixas rendas pedidas. Mais um sintoma da desertificação da aldeia. O bairro, feito pela Junta de Freguesia de Lagos da Beira, pertence à Fundação Aurélio Amaro Dinis. Como lá foi parar é um mistério.


BAIRRO SOCIAL JOAQUIM GARCIA DE ALMEIDA

terça-feira, 17 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 7

O Grupo Musical Instrução e Recreio será objecto de um artigo mais alargado em breve. Segundo Tarquínio Hall, existiu entre 1934 e 1947, sendo o Sr. Bernardino Garcia Tavares o último instrutor. Esta será uma das últimas fotos. A concertina está aqui infiltrada, visto que esse instrumento não fazia parte do grupo. 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

FIGURAS - 1 - PROFESSOR JOSÉ JOÃO DA FONSECA E DONA MARIA DA RESSURREIÇÃO GUILHERME HALL

As pessoas mais importantes de uma comunidade são todas. No entanto há sempre quem se destaque pela sua obra, pelo seu exemplo, pela sua dedicação a causas comuns. Abre-se aqui uma nova página onde tentarei recordar pessoas que marcaram a vida desta Freguesia.

PROFESSOR JOSÉ JOÃO DA FONSECA E DONA MARIA DA RESSURREIÇÃO GUILHERME HALL

O Professor José João da Fonseca nasceu em Aldeia Velha, Concelho do Sabugal em 22 de Fevereiro de 1890. Concluiu o curso da Escola Normal da Guarda e concorreu para a escola do sexo masculino da Freguesia de Lagos da Beira, onde foi colocado em 29 de Novembro de 1913. Em Dezembro de 1914 casou com Dona Maria da Ressurreição Guilherme Hall, também professora em Lagos da Beira na escola para o sexo Feminino. Sem prejuízo para a sua actividade docente, onde foi figura das mais destacadas como mestre e pedagogo, o Professor José João, desempenhou durante vários anos funções de vereador na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital com o pelouro da instrução. Esteve também à frente da Junta de Freguesia de Lagos da Beira durante 20 anos, sendo 16 como presidente. Dessa actividade destaca-se a ligação de estrada a Oliveira do Hospital e posterior alargamento e as obras de ampliação do cemitério. Faleceu a 29 de Junho de 1966 com 76 anos.
PROFESSOR JOSÉ JOÃO DA FONSECA COM SUA ESPOSA, DONA RESSURREIÇÃO
E SEU FILHO VIRGÍLIO HALL 
Dona Maria da Ressurreição Guilherme Hall nasceu em Aldeia das Dez a 14 de Fevereiro de 1888. Diplomada com distinção pela Escola Normal de Coimbra, foi a primeira professora a exercer funções docentes na escola do sexo feminino de Lagos da Beira, tomando posse em 1912. Aliando o muito saber a uma inteligência fulgurante, a professora Dona Ressureição, destacou-se como educadora das mais competentes da região. Faleceu a 3 de Maio de 1974 com 86 anos. Estas duas figuras foram pais de outras duas personalidades incontornáveis: Tarquínio Hall e Virgílio Hall, de que falarei noutro artigo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 6

Pai, mãe e três filhos. Uma família de Lagos da Beira que foi à Santa Eufémia a Paranhos. A prova é a foto da santa enfiada na fita do chapéu.


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 5

ANTES E DEPOIS

Do antigo para o moderno temos a casa onde habitou Tarquínio Hall no antes e no depois da transformação em Biblioteca – Museu. Uma porta aberta à cultura onde se estuda e interpreta a História de Lagos da Beira e região. Claro que o nosso povo, mais dado ao trabalho que ao intelecto, não a frequenta muito. Ainda assim é uma mais-valia que vai produzindo os seus frutos e é o sonho de um homem que dedicou a sua vida ao conhecimento. Aqui ficam duas frases que ele repetia com frequência.

"A cultura é a maior riqueza de um povo. É a sua identidade que prevalece, mesmo que as fronteiras caiam."

"É nossa missão transmitir conhecimentos. Por pouco que seja, haverá sempre quem tenha menos."
ANTES - CASA DE HABITAÇÃO DE TARQUÍNIO HALL

DEPOIS - BIBLIOTECA MUSEU TARQUÍNIO HALL

terça-feira, 10 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 4

Dia de ir à Inspecção Militar (Às sortes) era dia de festa. Era uma espécie de ritual de entrada na vida adulta. Onde havia festa estava o José Fernandes (Zé da Amélia) com a concertina. 


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 3

1,2,3,4.... 34 ALUNOS. 20 RAPAZES E 14 MENINAS. ESTAMOS EM 1946. GOSTAVA DE IDENTIFICAR ESTAS CARINHAS LAROCAS. 


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

ANTIGAMENTE - 2

Carnaval sem samba nem brasileirices, mas já com alguma sátira social. Uma cegada de Carnaval. Basicamente era uma peça de teatro representada na rua. As falas eram cantadas em verso. O grupo, ensaiado por José Fernandes, representava a peça em Lagos e seguia por várias terras do concelho. 
A viagem era feita a pé.
Estas fotos terão dez a doze anos de diferença uma da outra. Em ambos os casos, a peça conta a história de uma jovem que vai casar com um velho rico.


ANTIGAMENTE - 1

Outros tempos. Não há Internet, nem telemóveis, nem televisão, mas há o convívio que esses milagres tecnológicos nos roubaram. Há um povo que trabalha no duro a troco de quase nada, mas é um povo feliz. Hoje tanto queremos ter que deixámos de ser. Todo o tempo que temos é ocupado a ganhar dinheiro para satisfazer necessidades que inventámos ou que nos convenceram a ter. Falta-nos tempo para viver. 

Na foto podemos ver José Fernandes (O Zé da Amélia) com a sua concertina, rodeado de alguma família e a rapaziada que foi à inspecção militar (Às sortes)